sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Haiga Amoras (Andra Valladares e Sonia Lora)




Manhã de dezembro
no pé, amoras maduras
festa das crianças.

(Andra Valladares)

(Foto: Sonia Lora)


domingo, 19 de setembro de 2010

Manhã de Inverno (Andra Valladares / Jiddu Saldanha)



Manhã de inverno,
somente o som do regato
quebrando o silêncio.

(Andra Valladares)

(Fotografia: Jiddu Saldanha - Haicai: Andra Valladares)


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Céu de Inverno (Andra Valladares)




Céu de inverno,
nos olhos marejados
amor de verão...

(Andra Valladares)


Haiga de Andra Valladares (texto e fotografia) - todos os direitos reservados

domingo, 31 de janeiro de 2010

Parque vazio (Haiga de Rogério Viana)


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as crianças não
apareceram para brincar -
manhã de chuva
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(Rogério Viana)
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Haiga de Rogério Viana (haicai e fotografia), publicado com expressa autorização do autor - todos os direitos reservados

domingo, 24 de janeiro de 2010

O Mar (Andra Valladares)

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Tarde de verão
o velho mar murmura
segredos de espuma.
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(Andra Valladares)
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Haiga de Andra Valladares (texto e fotografia) - todos os direitos reservados

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Haiga de Rogério Viana (Dunas de Joaquina)



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Dunas de Joaquina

o sol de verão alonga

sombras e diversão

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(Rogério Viana)

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Haiga de Rogério Viana (fotografia e haicai) - postado com expressa autorização do autor - todos os direitos reservados

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Futuro (Haiga de Andra Valladares)

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Jornada incerta,
levando a fé na bagagem -
segue o caminheiro.
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(Andra Valladares)
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Haiga de Andra Valladares (desenho e texto) todos os direitos reservados

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

HAIGAS DE JIDDU SALDANHA






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barulho de água


e por baixo da lagoa


pânico de peixes


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(Jiddu Saldanha)


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tarde de sol


o galho seco resiste -


a chuva de verão




(Jiddu Saldanha)







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tarde de sol


e o verde sobre a planície -


o som do trovão
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(Jiddu Saldanha)


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(*) Haigas de Jiddu Saldanha publicados com expressa autorização do autor - todos os direitos reservados.
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

DO HAICAI AO HAIGA - Breve perfil de Jiddu Saldanha




na curva do rio

o mergulho de um peixe -

só vejo a marola



(Jiddu Saldanha)

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Nascido na cidade de Curitiba – PR, em 03 de janeiro de 1965 sob o signo de capricórnio.

Em 1996, Jiddu Conheceu a escritora, tradutora e poeta Mitusuko Kawai. Foi com ela que deu os primeiros passos em direção à poesia japonesa. A princípio, apenas por curiosidade e depois, leitor atento, foi estudando e aprendendo tudo o que podia sobre haicai.

Cinéfilo, Jiddu leu sobre a história do cinema japonês, não sem ver alguns filmes emblemáticos daquele país. A grande oportunidade, porém, veio em pequenos gestos que foram levando-o em direção à literatura nipônica, recebe em 1995 pelo correio, dois livros de Tankas (poema japonês com 31 sílabas) da escritora Mitsuko Kawai, o gesto iria se repetir em 2001 quando a neta de Mitsuko, Loraine Kawai enviou-lhe uma coleção de lendas japonesas da autora.

Em 1997, Jiddu resolveu memorizar e contar lendas japonesas nas escolas públicas do Rio de Janeiro, contratado pela ONG leia Brasil. Em 2008, jiddu recebeu o convite para contar as lendas japonesas Simpósio Internacional de Contadores de histórias, no SESC-RIO recebendo convites para levar o show para outros estados brasileiros, inclusive Ribeirão Preto, onde Jiddu teve o prazer de contar para uma platéia com mais de 30 por cento de presença nissei e japonesa. Ainda em 2008, Jiddu é convidado pelo ator Sérgio Britto a participar do Programa “Arte com Sérgio Britto”, na Rede Brasil, em comemoração aos 100 anos de imigração japonesa, aproveitando para ler, no ar, os tankas de Mitsuko Kawai.

Apaixonado, então pelo haicai, Jiddu Nunca parou, mas sua paixão ganhou impulso quando entrou em contato através da web com mestres como Paulo Franchetti, José Marins e Benedita Azevedo.

Jiddu Saldanha já publicou seus haicais no livro de 2005, feito em parceria com o poeta do Amapá, Herbert Emanuel, “Do Crepúsculo ao Outro Dia”, participou também e nas antologias do Congresso Brasileiro de Poesia, da cidade de Bento Gonçalves – RS “Poesia do Brasil – Vol. 08 e Poesia do Brasil – Vol. 09.

Em 2008-2009 foi a vez da imagem, tendo Jiddu estudado cinema, criou o projeto Cinema Possível, realizando com a atriz nissei Miwa Yanagizawa, três filmes pelo projeto. “Do Crepúsculo ao Outro Dia”; “Vespa” e “Miwa e Bashô”, em seguida começa também seu contato com a fotografia que iria resultar, no final de 2009 e início de 2010, sua adesão ao HAIGA.

O Haiga é uma novidade na vida de Jiddu Saldanha, influenciado por Rogério Vianna e Nelson Savioli, Jiddu, que já é artista plástico há mais de 10 anos, atualmente, se dedica também a descobrir e aprimorar sua linguagem pictórico-haicaística. Cheio de planos pela frente...


(*) TEXTO DE JIDDU SALDANHA, PUBLICADO COM EXPRESSA AUTORIZAÇÃO DO AUTOR - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.

Orvalho (haiga de verão)



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Finda-se a noite

e a flor mostra suas joias -

gotas de orvalho.

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(Andra Valladares)

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(*) Haiga de Andra Valladares (fotografia e haicai) - todos os direitos reservados

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- para ampliar clique sobre a imagem -
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domingo, 17 de janeiro de 2010

Haiga de Rogério Viana



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velas recolhidas -

o jangadeiro aguarda

novo amanhecer.

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(Rogério Viana)

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Haiga publicado com expressa autorização do autor - todos os direitos reservados

sábado, 16 de janeiro de 2010

Haiga de Fátima Amorim

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Areias do mar
conduzem caminhantes
ao sol de verão
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(Fátima Amorim)
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(*) Haiga de Maria de Fátima Amorim, trabalho publicado com a expressa autorização do autor - todos os direitos reservados.
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Breve Release:
Maria de Fátima Amorim, médica e professora, 55 anos, boa leitora. Interessou-se por haikais como caminho de aprimoramento pessoal e ensaia a escrita mínima com o mesmo objetivo.



Amor ao Luar




À luz da lua cheia
palavras são dispensáveis.
Ah! O amor...
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(Andra Valladares)

- Haiga de Andra Valladares (imagem e texto), inserção do texto na imagem conforme sugestão de Rogério Viana - todos os direitos reservados -





quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Haiga de Rogério Viana

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o menino não vê
outro brincar com ele
- cena de verão
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(Rogério Viana)
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(*) haiga (imagem e haicai) de Rogério Viana - publicado com autorização do autor - todos os direitos reservados.

Bolhas de Sabão

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sopra o vento frio
colorindo o dia cinza -
bolhas de sabão
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(Andra Valladares)
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Haiga de Andra Valladares (imagem e haicai), trabalho de arte digital de Rogério Viana, todos os direitos reservados.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A morte do cãozinho (Rogério Viana)

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o menino chora
a morte do cãozinho
- uma dor tão nova!
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(Rogério Viana)
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Haiga de Rogério Viana - publicação de conteúdo previamente autorizado pelo autor

Tempo (Rogério Viana)






o tempo tem


um ritmo todo seu


- o meu , faço eu.
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(Rogério Viana)
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Haiga de Rogério Viana - publicação de conteúdo previamente autorizado pelo autor

Janelas para o mar (Rogério Viana)




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janelas para o mar


a passagem do vento


tem som do adeus

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(Rogério Viana)
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Haiga de Rogério Viana - publicação de conteúdo previamente autorizado pelo autor

Encontro marcado (Rogério Viana)






encontro marcado

naquele mesmo banco

- será que ela vem?



(Rogério Viana)




Haiga de Rogério Viana - publicação de conteúdo previamente autorizado pelo autor

Rogério Viana e a Arte do Haiga





Uma caminhada marcada pela teimosia (*)

Rogério Viana tem 57 anos, é jornalista e trabalha em Curitiba com marketing cultural e editorial. Passou parte da infância e adolescência na cidade de Paranavaí, interior paranaense, onde teve os primeiros contatos com a cultura japonesa - comida, dança, cinema, música. Ficava fascinado pelas belíssimas revistas japonesas e só não entendia como é que suas capas teimavam em ficar no final das mesmas. Aos poucos percebeu a razão da diferença. Aprendeu a gostar de manjú e viu como era difícil preparar aquele doce. Depois, no casamento de sua professora do segundo ano primário, aprendeu a gostar de sushi e sashimi.

Gostava de ouvir as ternas canções infantis japonesas e uma, em particular, ainda soa em sua memória... “o te, tê... sunai, dê...” Depois alguém lhe disse que aquela canção infantil tinha algo de mágico e misterioso. Dar as maõs, seguir em frente... Talvez uma versão nipônica de um certo flautista europeu que atraia crianças quando passava pelas aldeias tocando sua flauta mágica.

No então Cine Paranavaí, às quartas-feiras, gostava de assistir a filmes japoneses. Chegava a encarar até dois filmes por sessão. Via tudo tão sofrido, tão distante e tão bonito. Chegou a assistir, no clube dos japoneses em frente ao colégio onde estudava, sessões de declamação de poesias, de música e de dança. Não percebera, na época, o que poderia ser haikai.

Aos 45 anos, em São Paulo, compra o livro VIDA, de Paulo Leminski e encanta-se
com a biografia de Matsuo Bashô. Tempos depois, ensaia pretensos haikais.

Depois, junta algumas poesias e uns haikais - capengas, por sinal, e publica o livro TRINTA TOQUES. Em 2002, vê alguns de seus haikais publicados em sites. Anima-se a escrever mais. Mas passa a escrever contos, depois atreve-se a escrever um roteiro de cinema, mais tarde, enfrenta um texto de teatro e junta outros poemas e surgem novos haikais.

Em 2005 ouve, pela primeira vez, o termo haiga. José Marins, grande haicaísta paranaense e, em seguida, Rosa Clement, lá da região amazônica, dão dicas e surgem seus primeiros haigas. Graças, também, a uma pequena câmara digital, que lhe chega às mãos. Fotos, haikais...

Era mesmo inevitável não produzir muitos haigas. Surgiram as primeiras críticas. Rogério teima em afirmar que foto com haikai é um haiga. Algumas pessoas dizem que não, mas, teimoso, segue seu caminho e, meses depois, vê um de seus haigas ser premiado num concurso internacional. Sabem onde? Sabem? Sim, lá no Japão. Vê, então, que aquilo que fazia tinha cara de haiga, poderia
ser haiga. Recebe o incentivo de Rosa Clement, novamente, que traduz para o inglês alguns de seus haigas. Num fórum internacional de discussão de haigas, com norte-americanos, canadenses, ingleses, eslovenos, croatas, japoneses, poucos brasileiros, italianos, filipinos, australianos e alemães, dentre outros, vê que a temática brasileira - nossa flora, fauna, traços urbanos, gente, objetos, frutas, atrai os olhos de grandes autores de haigas e, então, vê, novamente, quatro de seus haigas serem premiados pelo WHA Haiga Contest - World Haiku Association.

Produz mais, insiste para que vejam seu trabalho e decide juntar alguns da sua centenária coleção nesta exposição que é fruto de sua teimosia e uma certa dose da mais absoluta cara-de-pau. Então, os trabalhos estão aí. E uma centena de outros estão prontos para ganharem novos rumos desta caminhada. E do Edson Kenji Iuri veio a lição dada pelo mestre Matsuo Bashô :

“Não siga os antigos. Procure o que eles procuravam”.

Rogério Viana, o autor deste texto, das fotos e haikais desta exposição, continua sua procura.


O catálogo completo da exposiçãode haigas de Rogério Viana está neste link e pode ser baixado

http://recantodasletras.uol.com.br/e-livros/143271




(*) Texto extraído do Catálogo da Exposição de Haigas de Rogério Viana. Referida exposição de haigas foi realizada em 2006 no Centro de Cultura Casa do Japão, em Curitiba - PR.




** O texto e os haigas aqui exibidos foram expressamente autorizados por Rogério Viana para publicação - todos os direitos reservados **

Haiga de Jiddu Saldanha

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vento refrescante

do outro lado da colina

o mar agitado

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(Jiddu Saldanha)

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Haiga de Jiddu Saldanha - publicado com expressa autorização do autor - todos os direitos reservados

** para ampliar a imagem clique sobre ela **


Conquistador

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Manhã de setembro
o conquistador se exibe
em traje de gala.
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(Andra Valladares)
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Haiga de Andra Valladares (fotografia e haicai) - todos os direitos reservados
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** para ampliar a imagem, clique sobre ela**

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Camarãozinho

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Manhã de verão,
na penugem da folha
um camarãozinho.
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(Andra Valladares)
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Haiga de Andra Valladares (hacai e foto) (todos os direitos reservados)
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(*) imagem obtida no Morro do Moreno, Praia da Costa, Vila Velha/ES. O apelido "camarãozinho" é uma invenção minha pois desconheço o verdadeiro nome desse inseto minúsculo cujas características só pude observar quando abri a foto no computador.

Cantada

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Encontro no jardim.
Ele diz: "Oi gatinha!"
Ela emudece.
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(Andra Valladares)
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Haiga de Andra Valladares - texto e foto (todos os direitos reservados)
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(*) fotografia obtida na pracinha da cidade de Domingos Martins/ES

Ecos do silêncio

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Silêncio na mata,
a casca presa à árvore
um dia foi cigarra.
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(Andra Valladares)
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Haiga de Andra Valladares (imagem e haicai) - todos os direitos reservados

Um passarinho me falou... (Andra Valladares)

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Brisa perfumada,
morada nas montanhas -
Ah! Que privilégio.
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(Andra Valladares)
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Haiga de Andra Valladares (imagem e haicai) - todos os direitos reservados
(*) fotografia obtida no Hotel Le Canton, Teresópolis/RJ

Convento da Penha (Andra Valladares)


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Missa de domingo,
tocam os sinos do Convento -
as nuvens correm.
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(Andra Valladares)
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Haiga de Andra Valladares (imagem e haicai) (todos os direitos reservados)
(*) imagem do Convento da Penha - monumento histórico da cidade de Vila Velha, Espírito Santo/Brasil


O HAIGA - Introdução


Retrato de Matsuo por Yokoi Kinkoku, C. 1820. A caligrafia diz um dos poemas mais famoso haiku de Basho: Furu ike ya / tobikomu kawazu / mizu no oto (Uma velha lagoa / salta uma rã em / o som da água).




Haiga (俳画, haiga, Haikai desenho) é um estilo de pintura japonesa com base na estética do haikai, da qual haiku poesia deriva, que muitas vezes acompanhada poemas, como em uma peça única. O haiga baseou-se em simples, mas profundas observações do mundo cotidiano. Stephen Addiss assinala que "uma vez que ambos são criados com o mesmo pincel e tinta, acrescentando uma imagem para um poema haiku ... foi uma atividade natural".
Assim como muitas vezes internamente haiku justapõe duas imagens, haiga também pode conter uma justaposição entre o haikai em si e da obra de arte. A obra de arte não necessariamente representam diretamente as imagens apresentadas no haiku.
Estilisticamente, haiga variam com base nas preferências e da formação individual do pintor, mas geralmente demonstram influências da educação formal Escola Kanō pintura, minimalista Pintura Zen E Otsu-e, Enquanto compartilha muito das atitudes estéticas do Nanga tradicional. Alguns foram reproduzidas como xilogravuras. Os temas pintados da mesma forma variam muito, mas geralmente são elementos que constituem a caligrafia, ou imagens poéticas que acrescentam sentido ou profundidade a que expressa pelo poema. A lua é um assunto comum nestes poemas e pinturas, por vezes, representado pelo círculo Zen enso, que evoca uma série de outros significados. Outros temas, que vão desde o Monte Fuji para telhados, são frequentemente representada com um mínimo de pinceladas, evocando, assim, elegância e beleza na simplicidade.